Aqui fica um texto de Hugo Vasconcelos sobre uma das principais figuras de Vilar de Andorinho.
Padre Floro, um pároco na memória colectiva Vilarense.

Curiosamente, fora também coadjutor daquele que, anos mais tarde, será Bispo de Setúbal, D. Manuel da Silva Martins. Pd Floro chegou no dia 19/11/1967 e toma conta dos destinos da nossa Paróquia. Com a Igreja Matriz cheia, diz as primeiras palavras a um povo profundamente crente e devoto. Com o passar dos anos, a Igreja e as Capelas continuaram cheias até ao seu último alento.
O nosso povo foi sempre muito acolhedor dos seus párocos. Foi o povo quem ergueu a Casa Paroquial e a Capela de Balteiro à custa de memoráveis cortejos e bailaricos. Pd Floro fez profundas obras nas Capelas de S.Lourenço, Nª Srª da Paz e na Igreja Matriz. Foi um lutador pela melhoria das condições físicas dos edifícios, mas sem esquecer “que a missão do Sacerdote não é só construir capelas, mas a Igreja de Jesus Cristo, feita de pedras vivas”. A nova Capela da Sagrada Família, em Vila D ’Este, que o nosso querido Pd Albino Reis agora ressuscitou, foi também visão sua. Pd Floro nasceu a 11/12/1936, na freguesia de Vila Maior, no Concelho da Feira, e partiu para junto d’Aquele de quem toda a vida foi mensageiro a 3/3/1999, após 32 anos de serviço na Paróquia.
Nessa manhã, chegou a notícia que abalou toda a Freguesia. O Pd Floro morreu! As águas da fonte do Souto pararam, estupefactas, incrédulas. A doença que o minava acabou por lancetar-lhe a vida, apesar da vontade íntima de a vencer.
Do Pd Floro recordamos o à vontade e a simplicidade com que acolhia os paroquianos. Dava-se a todos, para ele todos eram iguais, pois todos eram filhos de Deus. E foi esta doutrina, esta franqueza de portas abertas à comunidade que o transformaram num filho amado desta terra, mesmo que desta não tenha brotado.
Na minha memória, retenho as suas visitas à Escola Primária: formava-se uma roda em seu torno e cantávamos. Contava-nos histórias e, por momentos, aquele homem, vestido com uma roupa pesada e escura, afinal era um nosso “colega”, com quem podíamos brincar ou saltar à fogueira nos magustos…
As pedras de que falava estão vivas, com um misto de saudade e de alegria: saudade do homem do povo, sabedor das suas misérias e venturas, e alegria por termos a certeza que, onde agora está, certamente rezará por todos nós.
Hugo Vasconcelos
“...Não chores, Se verdadeiramente me amas!”
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